A origem do mundo
(a Gustave Courbet)
Há uma doença qualquer tagarela
nesse buço de quasares negros
ao meu lado; aqui comigo a carne
ferve aos poucos – cortes lentos
Mas por que não regurgita agora
a vulva cáqui linguaruda
sob a luz desenroscada
da manhã?
*
Poema paralelo às coxas
(a Regis Bonvicino)
de bruços
a penetro
casto
custo
*
A grande fachada
(a Wols)
Um passo à frente
algo simples – não
que procure algo –
apenas me esqueço
de que no raso da
nuca a espinha se
eriça – o velcro
do cu se abre no
afã de sempre –
hoje bem cedo
por toda parte
ou apenas isso.
Li seus poemas carnes celestiais, dai que eu concluo com outro:
ResponderExcluirTodo homem tem vícios:
Orifícios.
o olhar promissor
ResponderExcluirtranscendeu o verso mudo
a imagem saindo da fotografia
em preto e branco assim como a vida
virou olhos de jade duas pérolas preciosas
querendo partir-me para sempre de si mesma
ao meio o ventre este que te carrega a(té) o fim
tremo : trema não temas ferrugens
entre os olhos fios fendas
são espelhos abrindo os gestos em ti tão
reveladores ancorada sobre o pulso
escorrendo entre os dedos e ardem
numa diáspora de dor onde ao avesso
sem medo beijavas o vento teus cabelos
pulsando suspiros a boca pulsando
sem trégua do olhar pulsando
cuja imagem preciso pulsar
o corpo o olhar a boca
www.escarceunario.blogspot.com
...............................
sua poesia é cheiro de uvaia na solidão que se amplia...
abraços poeta